domingo, 13 de novembro de 2011

Projeto Leutura - Deixe aqui o seu comentário sobre a sua experiência de leitura.

"Meus filhos terão computadores, sim, mas antes terão livros. Sem livros, sem leitura, os nossos filhos serão incapazes de escrever - inclusive a sua própria história".
Bill Gates

"Bendito aquele que semeia livros e faz o povo pensar".
Castro Alves

"O homem que não lê bons livros não tem nenhuma vantagem sobre o homem que não sabe ler".
Mark Twain

"Os verdadeiros analfabetos são os que aprenderam a ler e não lêem".
Mário Quintana

"Um país se faz com homens e livros."
Monteiro Lobato

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Texto 4

Por que sexo é tão divertido

"Sexo precisa ser divertido, mas o segredo do divertimento são o comedimento, a surpresa e o mistério, e não essa massificação e banalização a que estão nos submetendo"

     Por que os homens só pensam "naquilo"? Por que nossas novelas só mostram "aquilo"? Por que nossos anúncios e propagandas insinuam "aquilo", sem parar? Porque fomos geneticamente programados a pensar "naquilo" com muita freqüência. Podemos esquecer de fazer uma série de coisas na vida. Podemos nos esquecer de tomar café ou de dizer bom-dia ao vizinho, mas de uma coisa jamais podemos nos esquecer: de nos reproduzir e ter filhos.
   
     Cada um de nós está vivo porque somos o último elo de milhões de antepassados, nenhum dos quais se esqueceu de reproduzir-se. Quando as mulheres reclamam que homens só pensam "naquilo", elas estão sendo tremendamente injustas porque o instinto do "não esquecimento" está em ambos os sexos, e com a mesma intensidade. Afinal, nenhuma das mulheres que fazem parte da nossa genealogia se esqueceu de reproduzir-se. Hoje se suspeita até que mais mulheres traiam o marido do que vice-versa.
    
     Coloque-se na posição de Deus no dia da criação. Você tem de decidir que tipo de ser humano criar. Você precisará definir a intensidade de qualidades como agilidade, inteligência, força, solidariedade e que grau de instinto sexual atribuir ao homem e à mulher. Como a energia é escassa, você não poderá dar grau 100 a cada qualidade humana.
     
     Você daria 100 à inteligência, 60 à agilidade e 40 ao instinto sexual? Ou você daria 40 à inteligência, 60 à agilidade e 100 a nosso interesse "naquilo"? Você preferiria criar um ser humano inteligente, mas desligado, ou um ser humano mais bobão, mas com pouco risco de ser levado à extinção? Foi por essa segunda opção que Ele parece ter se decidido: criou um ser humano bobo, mas que vive pensando "naquilo".
Ilustração Atômica Studio

      Pela lei da probabilidade, entre nossos 4 milhões de ancestrais, mais de uma vez tivemos um antepassado meio esquecido e desligado, que só teve um filho aos 36 anos, pouco antes de ser comido pelos leões. O suficiente para ele deixar você como descendente. Todos nós escapamos por um triz de não estar lendo este artigo. Se Deus tivesse atribuído grau 40 em vez de 100, o que provavelmente muitos teólogos, papas e moralistas teriam escolhido, a sua história familiar seria outra, ou seja, inexistente.
     
     Essa decisão divina explica muita coisa deste mundo maluco: esta burrice coletiva que assola o mundo e o Brasil e as besteiras que homens e mulheres cometem. Uma sábia decisão que hoje provoca uma série de problemas, como o erotismo desenfreado, a preocupação exagerada com o sexo, o desempenho e a traição, que trazem como conseqüência esta sociedade de consumo e de ostentação. Mas que nos permitiu chegar até aqui como somos: lerdos, burros, mas vivos.
     
     A encrenca é que a maioria dos nossos publicitários, autores de telenovela, artistas, cineastas, a turma do "trair é normal" e do "tudo é permitido", usa e abusa desse nosso instinto supercaprichado para os próprios interesses. Um jovem hoje em dia terá sido exposto a 12.000 apelos sexuais antes de completar 14 anos, uma aberração cultural sem precedentes na história da humanidade. Hoje não precisamos ter doze filhos baseados na chance de que dois chegarão até a vida adulta. Estão deliberadamente abusando desse nosso gene de preservação para ganhar dinheiro para suas empresas e para si.
    
     Se você acha divertido assistir a novelas que só tratam "daquilo", se você vive na internet procurando "aquilo", se você acha o máximo os livros que só tratam "daquilo", saiba que você está sendo usado e correndo risco de extinção. Estão afastando-o de sua verdadeira tarefa de procurar alguém ideal para fazer "aquilo" com amor e diversão. Estão usando o instinto mais caprichado que Deus nos deu para fazer justamente o contrário, deixar você isolado na frente do computador ou da televisão.
     
     Nossos professores, artistas e cineastas, nossos líderes espirituais, nossa Igreja, nossos intelectuais estão se esquecendo de que sexo precisa ser de fato divertido, mas o segredo do divertimento são o comedimento, a surpresa e o mistério, e não essa massificação e banalização a que estão nos submetendo.

Stephen Kanitz é administrador (www.kanitz.com.br)

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Texto 3

Confusão marca votação de projeto contra homofobia

 

Final da sessão, barrada por pressão da bancada evangélica, teve bate-boca e xingamentos entre deputado e senadora


Mesmo impedida por pressão da bancada evangélica, a votação do projeto de lei complementar 122/06, que criminaliza os atos de homofobia e aconteceria na manhã desta quinta-feira (12) na Comissão de Direitos Humanos (CDH) do Senado, teve um final tumultuado. Durante entrevista coletiva da senadora Marta Suplicy (PT-SP), o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) e a senadora Marinor Brito (PSOL-PA) trocaram xingamentos e ofensas mútuas.
 Bolsonaro exibia uma cartilha do Ministério da Educação (MEC), expondo o Plano Nacional de Promoção à Cidadania LGBT, que ele considera moralmente ofensivo à sociedade. Exaltada, Marinor deu um tapa no livreto e chamou o deputado de "criminoso". Bolsonaro retrucou chamando-a de "heterofóbica" e ambos partiram para a discussão

A pressão da bancada evangélica impediu a votação do projeto de lei e o projeto foi retirado de pauta sem previsão de retorno. Representantes da Frente Parlamentar Evangélica presentes à sessão pediram o adiamento alegando que devem ser realizadas audiências públicas, porque ele não teria sido suficientemente discutido no Congresso. "Precisamos debater à exaustão, sem privilegiar ninguém", disse o senador Magno Malta (PR-ES).

O projeto de autoria da ex-deputada Iara Bernardi (PT-SP) tramita há dez anos no Congresso e somente em 2006 foi aprovado no plenário da Câmara. Relatora do projeto na CDH, Marta Suplicy queria tentar aprovar o seu parecer até a próxima semana, a tempo das comemorações do Dia Nacional de Combate à Homofobia, no próximo dia 17, que vão movimentar a Esplanada em Brasília.

Marta chamou a atenção para esse momento "de maior compreensão e humanidade" que se estabeleceu no País, a partir do recente julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF) que estendeu às uniões entre pessoas do mesmo sexo os mesmos direitos e deveres dos casais heterossexuais. "O Judiciário se pronunciou sobre um assunto que há 16 anos o Congresso não consegue se pronunciar", completou a petista. "Esse projeto tem a ver com tolerância, respeito e cidadania, vai ajudar a diminuir a violência contra homossexuais", concluiu

A proposta modifica a Lei de Racismo para criminalizar também os atos de homofobia, estendendo a eles as mesmas punições impostas aos crimes de preconceito racial. O projeto pune com reclusão de um a três anos condutas discriminatórias, como recusar o atendimento a gays em bares e restaurantes e reprimir trocas de afeto em locais públicos, como beijos ou abraços.

O item mais polêmico pune com prisão, de um a três anos, e multa aqueles que induzirem ou incitarem a discriminação ou preconceito contra os homossexuais. A avaliação é de que padres e pastores serão proibidos de pregar contra a homossexualidade nas igrejas e templos religiosos. Na sessão desta manhã, integrantes da bancada evangélica pregaram adesivos na boca em protesto, alegando que o projeto reprime a liberdade de expressão deles.

Para atender às reivindicações da bancada evangélica, Marta incluiu uma emenda permitindo que todas religiões e credos exerçam sua fé, dentro de seus dogmas, desde que não incitem a violência. "O que temos na fé é o amor e o respeito ao cidadão. Me colocaram que o problema não era intolerância nem preconceito, mas liberdade de expressão dentro de templos e igrejas. O que impede agora a votação? O que, além da intolerância, do preconceito, vai impedir a compreensão dessa lei?", questionou Marta.

terça-feira, 19 de abril de 2011

Texto 2

Caso gaúcho expõe risco da troca de conteúdo sexual via celular; entenda o sexting

ANA IKEDA || Do UOL Tecnologia

Pense antes de postar


Antes restrito às manchetes internacionais, os casos de sexting – quando vídeos e imagens com conteúdo sexual vazam na internet ou via celulares – crescem entre adolescentes brasileiros. Um caso recente, registrado na pequena cidade gaúcha de Bom Retiro do Sul, com cerca de 12 mil habitantes, mostra que pais e educadores devem ficar atentos ao problema, com graves consequências psicológicas para as vítimas. “Perdi minha dignidade”, resumiu a garota que aparecia no vídeo espalhado via celular pelos moradores da cidade.

Antes de contar sua história, no entanto, uma breve explicação sobre esse fenômeno cada vez mais comum entre os jovens. A palavra sexting é a junção de dois termos em inglês: sex (sexo) e texting (envio de mensagens). O termo – que já ganhou até definição no dicionário resume o compartilhamento, via celular, de textos ou imagens de cunho sexual, mas passou a englobar também conteúdo exposto na internet.
Não há uma data exata de quando a “moda” entre adolescentes americanos e europeus surgiu. No Brasil, o fenômeno é recente, segundo a Safernet, ONG de defesa dos direitos humanos na internet. No entanto, tem crescido rapidamente. Uma pesquisa feita pela entidade com 2.525 crianças e adolescentes brasileiros em 2009 revelou que já naquela época 12% deles admitiram terem publicado fotos íntimas na internet (o estudo não se restringia a telefones celulares).

Enquanto existem casos em que essas imagens são publicadas sem o consentimento da vítima, há também muitos outros de adolescentes que deliberadamente se deixam filmar e fotografar. “É um comportamento de risco. O jovem acha ‘legalzinho’ e não pensa na exposição, nem nos problemas que um vídeo ou foto podem causar depois de publicados”, alerta Rodrigo Nejm, diretor de prevenção da Safernet. A palavra sexting é a junção de dois termos em inglês: sex (sexo) e texting (envio de mensagens)

Caso gaúcho

Voltemos agora à história do começo desta reportagem. Na cidade gaúcha de Bom Retiro do Sul, o vídeo de dois adolescentes de 16 anos fazendo sexo foi espalhado de forma viral entre os moradores. As imagens, que tinham sido gravadas com o consentimento da garota, foram passadas pelo rapaz por celular a dois ou três amigos, como vingança após o término do namoro. Esses amigos repassaram, também por celular, a outros colegas.  Até que o vídeo começou a circular na escola onde a garota era aluna e, depois, em celulares de trabalhadores das fábricas e do comércio da cidade. Em cerca de 48 horas, praticamente todos os moradores já tinham visto ou ouvido falar do vídeo de sexo entre os adolescentes.

Após o escândalo, a jovem parou de ir ao trabalho e, de acordo com o setor jurídico da 3ª Coordenadoria Regional de Educação, pediu transferência para uma escola de outro município. “Não sei por que isso aconteceu comigo. Eu perdi tudo, trabalho, escola. Perdi minha dignidade”, lamentou a jovem, durante uma entrevista ao programa “Domingo Espetacular”, da TV Record. Enquanto isso, o rapaz que gravou e distribuiu o vídeo agora evita sair de casa com receio de ser reconhecido na rua.

O delegado de Bom Retiro do Sul, Rodrigo Reis, explicou ao UOL Tecnologia que o inquérito sobre o caso está quase concluído e será encaminhado ao Ministério Público. Há provas materiais contra o adolescente.

Sexting é crime

"Pena de reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, para quem oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, distribuir, publicar ou divulgar por qualquer meio, inclusive por meio de sistema de informática ou telemático, fotografia, vídeo ou outro registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente".

Artigo 241-A do Estatuto da Criança e do Adolescente

Mas, apesar de a divulgação do material por terceiros também ser um crime – são imagens pornográficas de uma menor de idade – não há como identificar e punir as demais pessoas. “É surreal querer responsabilizar a cidade toda. O que podemos fazer é identificar o núcleo, quem fez a coisa se expandir”, explica Reis.
Caso condenado, o adolescente não ficará preso -- terá como pena a prestação de serviços à comunidade, detalha Renato Opice Blum, especialista em Direito Eletrônico. Mas a família da jovem, caso queira, pode processar o rapaz por danos morais e obter indenização. Para adultos que repassarem o vídeo da menor, a pena é de três a seis anos de reclusão e multa, prevista no Estatuto da Criança e do Adolescente.

A pena ao adolescente soa branda, mas a punição ainda assim é importante, considera o representante da Safernet. Para Nejm, o crime cometido pelo rapaz ficará marcado para o restante da vida. “Sempre que ele procurar um emprego, constará um registro de que ele passou pelo Juizado da Infância e do Adolescente. É um constrangimento.”

Dá para evitar?

Um dos principais problemas das imagens de sexting é que elas são usadas posteriormente por sites de pedofilia. Nejm adverte que é importante os pais conversarem com seus filhos sobre não se deixarem fotografar ou filmar em cenas íntimas, mesmo por pessoas em quem confiam – namorados e namoradas. “Muitos pais se eximem da tarefa de falar sobre cidadania na internet com os filhos, dizem que não possuem o conhecimento técnico necessário”, afirma. “O que acontece é que a ‘bronca’, depois que algo ocorre, se torna vazia”, explica o especialista em direitos humanos na internet.

“Os adolescentes não pensam no futuro. Mas é preciso que tenham em mente que, num dia, eles também serão mães e pais, profissionais no mercado de trabalho. E a internet não esquece: é praticamente impossível controlar o destino dessas imagens, uma vez divulgadas na web”, diz o especialista da Safernet.

segunda-feira, 28 de março de 2011

Texto 1

Mulheres se organizam para combater cantadas de rua

Grupos se mobilizam para combater assédio sexual sofrido nas ruas – de assobios e cantadas a insinuações e ações inapropriadas

Uma das iniciativas partiu da britânica Vicky Simister, que fundou o Anti-Street Harassment UK (“Grã-Bretanha contra o assédio nas ruas”) depois de ter sido perseguida nas ruas de Londres por um grupo de homens que se insinuou sexualmente para ela.
O grupo internacional Hollaback! está estimulando as vítimas das cantadas indesejadas em todo o mundo a relatar suas histórias online e identificar os locais onde elas ocorreram. Algumas até postam fotos dos homens “inconvenientes”.
“As mulheres são aconselhadas a ignorar (as insinuações), e não costumamos falar a respeito. Em consequência, esses homens continuam a fazer isso e a cada vez mais passar dos limites”, disse Simister à repórter Brigitt Hauck, da BBC News.
As ativistas alegam que é difícil distinguir quais homens se limitarão aos assobios dos que de fato podem ir além das cantadas e evoluir para a violência sexual. E que, ao mesmo tempo em que muito foi feito para coibir o assédio sexual no ambiente de trabalho, há poucas formas de proteger as mulheres nas ruas.
“Isso deriva de uma cultura de gênero baseada na violência”, alega Emily May, a fundadora do Hollaback!. “Para mudá-la, é preciso que as pessoas reajam e digam que o assédio nas ruas não é legal, porque a maioria das pessoas não quer que ele ocorra.”
Comportamento
Para a socióloga Kathrin Zippel, professora associada da Universidade Northeastern (EUA) e pesquisadora do tema, as cantadas nas ruas são vistas, em geral, como um comportamento natural dos homens.
Estes, por sua vez, usam as cantadas para atestar sua masculinidade e se “provar” perante seus amigos. “Muitas vezes isso não diz respeito às mulheres, e sim a uma dinâmica entre homens”, ela afirma.
Alguns países promoveram iniciativas para tentar combater as insinuações inconvenientes. Nos EUA, alguns campi universitários foram equipados com mais postes de iluminação e telefones de emergência, para as mulheres que caminham durante a noite.
Índia e Japão destacaram vagões de metrô para serem ocupados apenas por mulheres. Mas críticos dizem que a medida tem efeitos temporários e insuficientes.
“Acho que essa segregação pública é problemática”, diz Zippel. “No curto prazo, pode ser uma boa solução, mas as mulheres que acabarem entrando nos vagões mistos – onde haverá menos delas – acabarão sofrendo ainda mais assédio.”
Holly Kearl, fundadora do site Stopstreetharassment.com (“Chega de assédio nas ruas”), sugere que organizações obtenham dados sobre as ocorrências para, então, pensar como agir. Ela pede a adesão dos homens que também se opõem às cantadas nas ruas.
“Precisamos da adesão dos homens. Na nossa sociedade é muito fácil que as mulheres sejam vistas como objetos, então é importante que eles se lembrem de que cada mulher assediada é mãe, irmã ou filha de algum deles, é alguém que merece respeito”, diz Kearl.